Introdução

Por Dr. Juliano C. Ludvig e Dra. Luiza D. Perini
Médicos, Especialistas em Gastroenterologia

Os sintomas de constipação são extremamente comuns sendo a prevalência em adultos de aproximadamente 16% e em adultos com mais de 60 anos de aproximadamente 33%. Muitas pessoas procuram atendimento médico devido constipação, mas felizmente a maioria possui quadro benigno, não possuindo relação com transtornos graves. 

A constipação é caracterizada por evacuações dificultosas, seja por eliminação infrequente ou evacuação incompleta, geralmente acompanhada de sensação de desconforto e distensão abdominal.

Os sintomas de constipação podem ser secundários a distúrbios intestinais orgânicos como a presença de lesões estruturais do intestino e da região anorretal (estenose, câncer, fissura anal, proctite), uso de medicamentos (por exemplo, analgésicos opioides, alguns antidepressivos e outros medicamentos de ação cerebral), doenças metabólicas (hipercalcemia, hipotireoidismo, diabetes mellitus) e distúrbios neurológicos (parkinsonismo, lesões da medula espinhal). Alimentação pobre em fibras, sedentarismo e baixa ingesta hídrica também podem causar constipação.
Entretanto, na maioria dos casos, a constipação intestinal é primária ou idiopática, na qual não há presença de alterações anatômicas relacionadas. A evolução nesses casos normalmente é insidiosa, lentamente progressiva, de caráter benigno, não comprometendo o doente no seu estado geral e nutricional, porém tendo impacto negativo direto na qualidade de vida do paciente.

As doenças funcionais do intestino podem ser classificadas em 5 categorias: 1) Constipação Funcional, 2) Diarreia Funcional, 3) SII (Síndrome do Intestino Irritável) com predomínio de diarreia, 4) SII com predomínio de constipação, 5) SII Misto. A Constipação funcional é um tipo de Constipação primária/idiopática. Ela pode ocorrer de forma isolada ou sobreposta aos outros distúrbios funcionais, ou seja, o paciente pode apresentar mais de um distúrbio em momentos diferentes da vida:


CF: Constipação Funcional. DF: Diarreia Funcional. SII: Síndrome do Intestino Irritável.

O Sistema digestório compreende vários órgãos que tem como principais funções receber os alimentos, realizar reações químicas (digestão), absorver os nutrientes preparados e executar a eliminação dos resíduos (fezes). Para tal possui orgãos tubulares (esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso) por onde os alimentos e posteriormente as fezes são conduzidos e os chamados órgãos anexos (glândulas salivares, fígado, vesícula, pâncreas) que auxiliam o processo digestivo através da produção e liberação de sucos (enzimas) sobre o bolo alimentar.

O processo de digestão já se inicia na cavidade oral, onde o ato da mastigação amassa o alimento, cortando-o, macerando e reduzindo em pequenos fragmentos, facilitando de imediato a ação de enzimas digestivas encontradas na saliva.

Na sequência, esse bolo alimentar é encaminhado ao esôfago que irá transportá-lo até o estômago. Vale a pena comentar que esses órgãos possuem camadas circulares e transversais de músculos em sua parede, responsáveis pelos movimentos propulsivos que empurram os alimentos para frente. É na câmara gástrica que ocorre a maior parte do processo de digestão, pela ação do potente ácido gástrico (clorídrico) e de várias enzimas resultando na transformação do alimento em um composto pastoso/líquido.

Tais reações são de fundamental importância para que o próximo órgão, o intestino delgado, consiga absorver os nutrientes adequadamente. Para isso, conta com auxílio da ação da bile (vesícula biliar e fígado) e suco pancreático (pâncreas) e de sua grande extensão e diferentes e especializados locais de absorção (duodeno, jejuno e íleo). Após ocorrer o processo de absorção de nutrientes, o resíduo que agora apresenta aspecto líquido (fezes líquidas), será encaminhado e liberado no intestino grosso (cólon), onde através de movimentos propulsivos e processo de reabsorção de água pelas paredes, irá transformar e armazenar as fezes em consistência pastosa/sólida até sua expulsão pelo reto (defecação). O movimento que permite que o alimento transite pelo nosso tubo digestório ocorre de maneira involuntária e é denominado de movimento peristáltico. Os movimentos peristálticos ocorrem como consequência da contração e relaxamento dos músculos presentes em porções do esôfago, estômago e intestino.

Para compreender o funcionamento das doenças funcionais do intestino, é importante entender que no organismo humano existe uma comunicação direta entre o sistema nervoso central (cérebro) e o trato gastrointestinal (intestino), chamada de “EIXO CÉREBRO-INTESTINO”. Essa interação consiste em uma comunicação complexa, bidirecional, que ocorre por meio de interações nervosas, sensoriais, imunológicas, endócrinas e interações relacionadas à microbiota intestinal. 

 

Dra. Luiza D. Perini é Médica, Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, Membro da diretoria da Acelbra-SC (Associação Brasileira dos Celíacos de Santa Catarina). Também é membro da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB) e International Member of the  merican Pancreatic Association (APA).

Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.

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