Aspectos Clínicos

Por Dr. Juliano C. Ludvig e Dra. Luiza D. Perini
Médicos, Especialistas em Gastroenterologia

A prevalência da dispepsia funcional é de aproximadamente 20% em todo o mundo. Até os dias atuais sua fisiopatologia não é bem compreendida. Sabe-se que trata-se de uma doença resultante da interação de múltiplos fatores, incluindo distúrbios da comunicação cérebro-intestinal, distúrbios de motilidade (movimento gástrico), hipersensibilidade visceral (maior percepção dolorosa), alterações na microbiota e na função imune gastrointestinal.

A alteração da motilidade do estômago é caracterizada por atrasos no esvaziamento gástrico e motilidade (movimento) do estômago alterada após uma refeição. Esvaziamento gástrico lento é uma condição em que ocorre um retardo no esvaziamento gástrico na ausência de uma obstrução mecânica. Esta condição pode ocorrer em até 30% dos pacientes com dispepsia funcional e pode contribuir para os sintomas.

Para compreender a hipersensibilidade visceral, é preciso entender que o paciente com dispepsia funcional possui um estômago mais sensível, que é próprio do indivíduo. Devido a essa alteração na sensibilidade, quando ocorre distensão gástrica pela presença, por exemplo, do alimento, o paciente apresenta sintomas de dor e desconforto. O que chama a atenção é que a distensão gástrica que seria bem tolerada em uma pessoa sem a doença, causa desconforto e dor nos pacientes portadores da dispepsia funcional. 

Outros fatores que podem estar relacionados à dispepsia funcional são alteração na microbiota, disfunção psicossocial (transtorno de ansiedade generalizada, somatização e depressão) e infecção pelo H. pylori, no entanto seu papel na fisiopatologia da dispepsia funcional ainda não é bem esclarecido. 
 
Os sintomas principais relacionados à Dispepsia Funcional são plenitude pós-prandial (após a refeição), saciedade precoce, dor e/ou queimação na região da “boca do estomago". Alguns pacientes podem ainda apresentar náuseas, vômitos e azia; no entanto, esses sintomas geralmente não são os principais.

Podemos classificar a Dispepsia Funcional em dois subtipos com base nos sintomas predominantes. No entanto, a sobreposição entre esses subtipos é bastante comum:

1. Síndrome da dor epigástrica: dor e / ou queimação na região do estômago.

2. Síndrome do desconforto pós-prandial: plenitude pós-prandial e / ou sensação de saciedade relacionados às refeições.

Existem alguns sinais e sintomas chamados de sinais de alerta que devemos ficar atentos e que falam contra a Dispepsia funcional: 

- Perda de peso não intencional
- Disfagia (dificuldade para deglutir)
- Odinofagia (dor ao deglutir)
- Anemia por deficiência de ferro inexplicável
- Vômitos persistentes
- Massa palpável abdominal ou aumento dos linfonodos
- História familiar de câncer de esôfago ou estômago.

 

Dra. Luiza D. Perini é Médica, Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, Membro da diretoria da Acelbra-SC (Associação Brasileira dos Celíacos de Santa Catarina). Também é membro da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB) e International Member of the  merican Pancreatic Association (APA).

Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.

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