Introdução

Por Dr. Juliano C. Ludvig e Dra. Luiza D. Perini
Médicos, Especialistas em Gastroenterologia

Divertículos colônicos são pequenas saculações (pequenos sacos) que surgem na parede do intestino grosso (cólon). Embora haja possibilidade de divertículos no intestino delgado, é no cólon que são mais frequentes.

Para compreender a doença diverticular, são importantes algumas definições:

1. Diverticulose: é a presença de divertículos. A maiorida das pessoas com diverticulose não apresenta sintomas e permanecerá sem sintomas pelo resto da vida. 

2. Doença diverticular: é a diverticulose associada à presença de sintomas ou complicações, como por exemplo:
a. Sangramento diverticular;
b. Diverticulite;
c. Colite segmentar associada a divertículos.

O Sistema digestório compreende vários órgãos que tem como principais funções receber os alimentos, realizar reações químicas (digestão), absorver os nutrientes preparados e executar a eliminação dos resíduos (fezes). Para tal possui orgãos tubulares (esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso) por onde os alimentos e posteriormente as fezes são conduzidos e os chamados órgãos anexos (glândulas salivares, fígado, vesícula, pâncreas) que auxiliam o processo digestivo através da produção e liberação de sucos (enzimas) sobre o bolo alimentar. É importante conhecermos a anatomia do trato digestório e suas funções pois doenças nestes locais irão causar diferentes formas de apresentação, sintomas e consequências no organismo.

O processo de digestão já se inicia na cavidade oral, onde o ato da mastigação amassa o alimento, cortando, macerando e reduzindo em pequenos fragmentos, facilitando de imediato a ação de enzimas digestivas encontradas na saliva.

Na sequência, esse bolo alimentar é encaminhado ao esôfago que irá transportá-lo até o estômago. Neste ponto ocorre a maior parte do processo de digestão, pela ação do potente ácido gástrico (clorídrico) e de várias enzimas resultando na transformação do alimento em um composto pastoso/líquido. Tais reações são de fundamental importância para que o próximo órgão, o intestino delgado, consiga absorver os nutrientes adequadamente. Para isso, conta com auxílio da ação da bile (vesícula biliar e fígado) e suco pancreático (pâncreas) e de sua grande extensão e diferentes e especializados locais de absorção (duodeno, jejuno e íleo). Após ocorrer o processo de absorção de nutrientes, o resíduo que agora apresenta aspecto líquido (fezes líquidas), será encaminhado e liberado no intestino grosso (cólon), onde através de movimentos propulsivos e pelo processo de reabsorção de água pelas paredes, irá transformar e armazenar as fezes em consistência pastosa/sólida até sua expulsão pelo reto (defecação).

O intestino grosso inicia-se após o íleo (porção final do intestino delgado) e é dividido nos seguintes segmentos: ceco (tem configuração semelhante ao fundo cego de um saco; nele se localiza o apêndice vermiforme), cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e cólon sigmoide que é seguido pelo reto e o canal anal. 

O intestino grosso é formado por diferentes camadas de tecido. Na superfície externa, existe uma camada translúcida, chamada serosa; seguida da camada muscular formada por músculos lisos que através da contração e dos movimentos peristálticos empurram o bolo alimentar; e a camada mais interna, denominada de mucosa.

A camada mucosa é irrigada por vasos existentes na camada serosa que atravessam através da camada muscular. Isso acaba criando um ponto de fragilidade no músculo que, em determinadas condições, pode permitir a herniação da mucosa e formação de um divertículo. Os divertículos então, se desenvolvem nesses pontos de fraqueza da parede do intestino, que correspondem ao local onde os vasos penetram na camada muscular da parede do cólon.

Outro fator importante que predispõe a formação dos divertículos está relacionado à motilidade colônica anormal. Pacientes com diverticulose apresentam contrações exageradas em segmentos do intestino, provocando aumento da pressão intraluminal (dentro do intestino), predispondo à herniação da mucosa e da serosa (camada interna e externa da parede do intestino). Com o decorrer da idade, podem ocorrer ainda alterações na composição das fibras do colágeno nas camadas da parede do cólon, favorecendo a diminuição da resistência à tração, com enfraquecimento das fibras musculares, propiciando a formação dos divertículos.

 

Dra. Luiza D. Perini é Médica, Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, Membro da diretoria da Acelbra-SC (Associação Brasileira dos Celíacos de Santa Catarina). Também é membro da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB) e International Member of the  merican Pancreatic Association (APA).

Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.

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