Introdução

Por Dr. Juliano C. Ludvig
Médico, Especialista em Gastroenterologia

O corpo humano é formado por células, tecidos, órgãos e microorganismos. Sim, somos extensamente colonizados por uma infinidade de diferentes formas de vida, para nossa sorte e azar! Bactérias, archeas, bacteriófagos, vírus e fungos coexistem na superfície do corpo e em todas as cavidades. A maioria deles são comensais, ou seja, tiram vantagens do nosso organismo através de aproveitamento de alimentos, resíduos, reações químicas sem nos prejudicar. Mais do que isso, muitos realizam processos que NOS ajudam! 

Chamamos de MICROBIOMA a população inteira de microorganismos e seus elementos genéticos (gene) que habitam nosso corpo e denomina-se MICROBIOTA aqueles que habitam um órgão ou parte do corpo (ex.Microbiota Intestinal).

Para entender melhor a relação desses organismos com o nosso, vamos recapitular como funciona o Sistema Digestório. Formado por diferentes órgãos, o tubo digestivo possui capacidade de receber os alimentos, realizar reações químicas (digestão), absorver os nutrientes preparados e executar a eliminação dos resíduos (fezes). Para tais funções há os órgãos tubulares (esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso) por onde os alimentos e posteriormente as fezes são conduzidos e os chamados órgãos anexos (glândulas salivares, fígado, vesícula, pâncreas) que auxiliam o processo digestivo através da produção e liberação de sucos (enzimas) sobre o bolo alimentar. É importante conhecermos a anatomia do trato digestório e suas funções pois doenças nestes locais irão causar diferentes formas de apresentação, sintomas e consequências em nosso organismo.

O processo de digestão já se inicia na cavidade oral, onde o ato da mastigação amassa o alimento, cortando-o, macerando e reduzindo em pequenos fragmentos, facilitando de imediato a ação de enzimas digestivas encontradas na saliva.

Na sequência, esse bolo alimentar é encaminhado ao esôfago que irá transportá-lo até o estômago. Neste ponto que ocorre a maior parte do processo de digestão, pela ação do potente ácido gástrico (clorídrico) e de várias enzimas resultando na transformação do alimento em um composto pastoso/líquido. Vale a pena comentar  que a ação potente do ácido é a primeira linha de defesa do corpo a possíveis microorganismos que entram através da via alimentar. 

Após a preparação do alimento no estômago, o próximo órgão, o intestino delgado, é que tem a função de absorver os nutrientes adequadamente. Para isso, conta com auxílio da ação da bile (vesícula biliar e fígado) e suco pancreático (pâncreas) e de sua grande extensão (quase 3 metros) e diferentes e especializados locais de absorção (duodeno, jejuno e íleo). Após ocorrer o processo de absorção de nutrientes, o resíduo que agora se apresenta com aspecto líquido (fezes líquidas), será encaminhado e liberado no intestino grosso (cólon), onde através de movimentos propulsavas e processo de reabsorção de água pelas paredes, irá transformar e armazenar as fezes em consistência pastosa/sólida até sua expulsão pelo reto (defecação).

É no Sistema Digestório que se encontra a maior quantidade e diversidade de microorganismos, a chamada Flora Gastrointestinal, considerado por muitos como “órgão funcionalmente ativo” pela sua capacidade de realizar reações químicas e interagir com os vários sistemas do nosso corpo.Muitas já são conhecidas como por ex.proteção do órgão, síntese de substancias e co-autores de vitaminas (metabólicas), estímulo e treinamento do sistema imunológico.

A MICROBIOTA INTESTINAL (MI) está em constante mudança ao longo da vida, ou seja, há diferença na população e tipos desses microorganismos de acordo com a idade e influências externas como aleitamento, alimentos, uso de antibióticos, doenças e outros fatores. Entretanto, uma característica marcante é sua capacidade de resiliência (resistência a esses fatores nocivos) e plasticidade (tendencia a se restaurar), o que se traduz na busca constante do equilíbrio - a EUBIOSE. Portanto, quando há um desequilíbrio na população, tipos e relação com nosso organismo, denominamos essa situação de DISBIOSE da Microbiota Intestinal, que pode ser temporária, parcial ou até definitiva.

 

Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.

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