Introdução

Por Dr. Juliano C. Ludvig e Dra. Luiza D. Perini
Médicos, Especialistas em Gastroenterologia

Os distúrbios funcionais do trato gastrointestinal são doenças benignas, de evolução crônica (prolongada), muito frequentes na população mundial, com elevado impacto na qualidade de vida dos pacientes. São caracterizados por dor abdominal, inchaço, distensão, diarreia e/ou constipação. 

Como uma série de condições apresentam sintomas que podem imitar os distúrbios funcionais do intestino (por exemplo, doença inflamatória intestinal, doença celíaca, intolerância à lactose e frutose e colite microscópica), testes podem ser necessários para distinguir esses distúrbios. Os distúrbios funcionais são diferenciados de outras doenças gastrointestinais pela ausência de anormalidades estruturais e bioquímicas identificadas nos exames de investigação, laboratoriais e de imagem, o que significa na prática que os exames costumam não mostrar alterações ou quando presente não explicam totalmente as queixas. 

As doenças funcionais do intestino podem ser classificadas em 5 categorias, no entanto é importante destacar que pode existir sobreposição entre esses distúrbios, ou seja, o paciente pode apresentar mais de um distúrbio em momentos diferentes da vida:

1) Constipação Funcional
2) Diarreia Funcional
3) Síndrome do Intestino Irritável com predomínio de diarreia
4) Síndrome do Intestino Irritável com predomínio de constipação
5) Síndrome do Intestino Irritável Misto


Doenças funcionais do intestino. 

O Sistema digestório compreende vários órgãos que tem como principais funções receber os alimentos, realizar reações químicas (digestão), absorver os nutrientes preparados e executar a eliminação dos resíduos (fezes). Para tal possui orgãos tubulares (esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso) por onde os alimentos e posteriormente as fezes são conduzidos. 

No processo de digestão, nosso alimento move-se pelo sistema digestório e sofre modificações que garantem o aproveitamento dos nutrientes necessários para nosso organismo. O movimento que permite que o alimento transite pelo nosso tubo digestório ocorre de maneira involuntária e é denominado de movimento peristáltico. Os movimentos peristálticos ocorrem como consequência da contração e relaxamento dos músculos presentes em porções do esôfago, estômago e intestino.

Para compreender melhor o funcionamento das doenças funcionais do intestino, é importante entender que no organismo humano existe uma comunicação direta entre o sistema nervoso central (cérebro) e o trato gastrointestinal (intestino), chamada de “EIXO CÉREBRO-INTESTINO”. Essa interação consiste em uma comunicação complexa, bidirecional, que ocorre por meio de interações nervosas, sensoriais, imunológicas, endócrinas e interações relacionadas à microbiota intestinal. 


Eixo cérebro-intestino

O trato gastrointestinal é constituído por mais de 100 milhões de neurônios (celulas especializadas nervosas) e possui inúmeras terminações que compõem o chamado sistema nervoso entérico. Através deste sistema e o nervo vago ocorre a comunicação entre o sistema digestório e o sistema nervoso central

Existem ainda outras formas de conexão entre esses dois sistemas que ocorrem através de hormônios e neurotransmissores (por exemplo a serotonina) que são liberados na corrente sanguínea, chegando ao sistema nervoso central e permitindo uma constante comunicação entre esses sistemas.

É devido a esse “eixo cérebro-intestino” que quando estamos ansiosos ou com medo, percebemos uma sensação de frio no estômago, ou quando estamos muito nervosos podemos sentir dor na barriga e até mesmo ter diarreia. Isso acontece porque nosso cérebro e intestino estão em constante comunicação. As alterações emocionais, como a ansiedade, o medo e a depressão, podem provocar sintomas digestivos assim como doenças intestinais, também podem estar relacionadas a sintomas emocionais. 

Outro fator importante relacionado a essa comunicação entre o cérebro e o intestino é a chamada microbiota intestinal que consiste em uma comunidade extensa e variada de microorganismos que habitam o intestino. A microbiota intestinal possui composição individual, variando de indivíduo para indivíduo, conforme uma série de fatores, como o tipo de parto, genética, idade, dieta, uso de medicamentos e ambiente onde se vive.

Essa microbiota contribui para a regulação de inúmeras funções fisiológicas do organismo, atuando no mecanismo de barreira intestinal (permeabilidade intestinal), na função de defesa da mucosa intestinal (imunológica), no movimento e sensibilidade intestinal, e no sistema nervoso entérico. 

Diversos estudos comprovam a relação de uma microbiota intestinal equilibrada com bem-estar do sistema digestivo. Atualmente, devido aos hábitos de vida e alimentares, há um crescente desequilíbrio na microbiota intestinal (disbiose) e consequente correlação com doenças muito comuns do mundo globalizado como por exemplo as doenças funcionais do intestino

 

Dra. Luiza D. Perini é Médica, Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, Membro da diretoria da Acelbra-SC (Associação Brasileira dos Celíacos de Santa Catarina). Também é membro da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB) e International Member of the  merican Pancreatic Association (APA).

Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.

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