Por Dr. Juliano C. Ludvig
Médico, Especialista em Gastroenterologia

A obesidade visceral é uma condição na qual ocorre o acúmulo de gordura na região abdominal, especialmente em torno dos órgãos internos, como o fígado, pâncreas e intestinos. Essa gordura visceral é metabolicamente ativa e pode aumentar o risco de várias doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.

A OMS reporta que em 2022, aproximadamente 2,5 bilhões de adultos eram considerados acima do peso, dos quais cerca de 890 milhões eram obesos. Esses números demonstram um aumento dramático desde 1990, sinalizando uma crescente epidemia de obesidade global:

• Distribuição por idade e sexo: A obesidade visceral pode afetar pessoas de todas as idades, mas tende a aumentar com a idade. Além disso, há diferenças na distribuição por sexo, com taxas geralmente mais altas em mulheres do que em homens, especialmente após a menopausa. Isso está relacionado às alterações hormonais e à distribuição de gordura corporal que ocorrem com o envelhecimento e com mudanças nos níveis hormonais;
• Riscos à saúde: A gordura visceral, localizada na cavidade abdominal, é associada a vários riscos à saúde. Ela pode levar à resistência à insulina e ao diabetes tipo 2, além de contribuir para o desenvolvimento de doenças hepáticas, como a doença hepática gordurosa não alcoólica. Esse tipo de gordura também influencia negativamente o metabolismo dos lipídeos, elevando o LDL e reduzindo o HDL, o que aumenta o risco de problemas cardiovasculares. Há ainda uma correlação entre a gordura visceral e um risco elevado de certos tipos de câncer, como o de cólon e pâncreas. Adicionalmente, a gordura visceral pode causar ou agravar condições gastrointestinais, como o refluxo gastroesofágico, e contribuir para uma inflamação sistêmica devido à liberação de substâncias inflamatórias. Reduzir essa gordura envolve mudanças de estilo de vida e, em alguns casos, intervenção médica.

Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.